12.12: O Golpe Militar Que Virou Cinema — E Ninguém Sai Ileso Dessa História

12.12: O Golpe Militar Que Virou Cinema — E Ninguém Sai Ileso Dessa História
12.12: O Golpe Militar Que Virou Cinema - Foto de Museums Victoria / Unsplash

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A Coreia do Sul já provou ao mundo que sabe transformar dor em arte. E "12.12: O Dia", que estreia hoje nos cinemas brasileiros, é um exemplo poderoso disso. Dirigido por Kim Sung-soo, o longa não apenas revive um dos momentos mais delicados da história coreana recente — ele escancara, com precisão cirúrgica, o nascimento de um regime que mudaria o país para sempre.

Prepare-se: não é apenas um filme. É uma experiência política, emocional e cinematográfica de tirar o fôlego.


O que você precisa saber antes de assistir

O filme se passa no fim de 1979. O então presidente Park Chung-hee, no poder havia 18 anos, é assassinado. O país mergulha no caos. A resposta do alto escalão militar é imediata: lei marcial, tanques nas ruas, tensões que não cabem nas manchetes.

Nesse vácuo de poder, Chun Doo-hwan — aqui representado sob o nome fictício Chun Doo-gwang, interpretado com maestria por Hwang Jung-min — articula nos bastidores um golpe militar. Ele não está sozinho, claro. Mas o que vemos é sua escalada desenfreada rumo ao controle total.

Do outro lado está Lee Tae-shin (inspirado no verdadeiro general Jang Tae-wan), vivido por Jung Woo-sung, que tenta evitar que o exército se transforme em ferramenta de tirania. Um homem contra o sistema. Uma guerra sem trincheiras.

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Foto por Museums Victoria

Um elenco que carrega a tensão nos ombros

É impossível falar de "12.12: O Dia" sem elogiar o elenco de peso:

  • Hwang Jung-min, intenso e inquietante como o manipulador Chun Doo-gwang;
  • Jung Woo-sung, em um papel firme e honrado como o opositor Lee Tae-shin;
  • Lee Sung-min e Park Hae-joon, que trazem nuances a personagens de alta patente militar;
  • E uma breve, mas marcante aparição de Jung Hae-in, que adiciona camadas ao conflito.

Cada atuação aqui parece milimetricamente calculada para manter o espectador sob tensão constante. A sensação é de assistir a uma bomba prestes a explodir — e ninguém sabe exatamente quando.


Mais que um filme: um documento histórico

Embora use nomes ficcionais, o roteiro é fortemente baseado em fatos reais. A reconstituição é precisa, crua, e não suaviza o impacto das decisões que levaram à ascensão de um ditador. O diretor, Kim Sung-soo, viveu o regime e traz isso para a tela com autenticidade assustadora.

As locações — como a Universidade Nacional Kyungpook, usada nas gravações — reforçam o compromisso em manter a ambientação fiel ao período. Não há artificialismo: tudo pulsa com verdade histórica.


A Coreia viu, o mundo agora precisa ver

Desde sua estreia na Coreia do Sul, "12.12: O Dia" foi um fenômeno. Mais de US$ 97 milhões arrecadados. Milhões de espectadores impactados. E agora, representante oficial do país no Oscar 2025, na categoria de Melhor Filme Internacional.

É um título de peso. E não é à toa. O filme combina densidade política, narrativa envolvente e uma estética cinematográfica refinada. Um prato cheio para quem gosta de conteúdo que ultrapassa o entretenimento.


O que torna esse filme tão relevante em 2025?

Vivemos uma era onde o autoritarismo ainda bate à porta em diversas partes do mundo. Relembrar — e repensar — os caminhos que levam ao poder absoluto nunca foi tão importante. "12.12: O Dia" não é apenas sobre o passado da Coreia do Sul. É um espelho para outras nações. Um alerta.


Vale assistir mesmo sem conhecer a história coreana?

Com certeza. Mesmo que o contexto político inicial pareça complexo, o filme conduz o espectador com firmeza. Aos poucos, tudo faz sentido — e quando você percebe, está completamente imerso no conflito. É o tipo de produção que te faz pesquisar mais depois da sessão. Que te instiga. Que permanece com você.


Para quem é “12.12: O Dia”?

  • Para quem gosta de thrillers políticos baseados em eventos reais;
  • Para quem aprecia cinema com propósito, que provoca e faz pensar;
  • Para quem tem interesse em história, geopolítica e os bastidores do poder.

"12.12: O Dia" não entrega conforto!

Ele entrega tensão, verdade e reflexão. É um filme necessário — especialmente em tempos onde a memória histórica insiste em ser esquecida. O cinema sul-coreano mais uma vez mostra por que merece respeito mundial.

Se você busca mais que entretenimento, este filme vai te entregar tudo o que o cinema pode oferecer de mais potente: verdade, impacto e emoção.

Ficha Técnica
Título Original:
12.12: The Day
Direção: Kim Sung-soo
Elenco Principal: Hwang Jung-min, Jung Woo-sung, Lee Sung-min, Park Hae-joon, Jung Hae-in
Duração: 141 minutos
Estreia no Brasil: 24 de abril de 2025
Classificação Indicativa: 16 anos
Gênero: Drama, História, Suspense Político

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