CCR Ganha Leilão de Concessão Rodoviária no Paraná

CCR Ganha Leilão de Concessão Rodoviária no Paraná

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A Vitória da CCR no Leilão das Rodovias do Paraná: Implicações e Perspectivas

Recentemente, a CCR conquistou uma vitória significativa ao vencer o leilão do lote 3 das rodovias do Paraná, marcando sua segunda grande concessão em um período de pouco mais de um mês. Esta conquista não apenas reafirma a posição da empresa no setor de infraestrutura, mas também suscita uma variedade de discussões sobre os impactos no transporte, na economia local e nas perspectivas futuras da companhia.

O Resultado do Leilão

A CCR venceu o leilão ao oferecer um desconto de 26,6% na tarifa básica de pedágio, que se encontrava estabelecida em R$ 0,145 por quilômetro rodado. A concorrência foi intensa e realizada em tempo real, envolvendo três empresas que, juntas, registraram 22 lances durante o processo. Ao final, a CCR superou o consórcio Pátria, que ofereceu um desconto de 26,5%, assim como a EPR, que ficou com 25,9%.

O trecho leiloado abrange 569 quilômetros e inclui as rodovias BR-369/373/376 e PR-090/170/323/445. Este ativo é crucial para o escoamento do agronegócio na região, conforme ressaltou Miguel Setas, CEO da CCR. Ele demonstrou o conhecimento da empresa sobre a área, mencionando que 56% da concessão já foi operada anteriormente pela Rodonorte, uma subsidiária da CCR.

Impacto no Agronegócio

O papel estratégico do trecho concedido é evidente, especialmente para a logística do agronegócio. Nos últimos anos, a demanda por transporte rodoviário no Brasil aumentou significativamente, impulsionada pela expansão do setor agrícola. Isso resultou em uma discrepância considerável entre as previsões do governo, elaboradas em 2019, e as projeções realizadas pela CCR para o período da concessão. Miguel Setas enfatizou que a receita líquida esperada pela CCR deve ser 35% superior a essa estimativa inicial.

Estrutura Financeira e Investimentos Projetados

Em termos de investimentos futuros, a CCR planeja investir cerca de R$ 10 bilhões ao longo dos próximos 30 anos. Apesar do estudo do governo indicar esse número, a empresa acredita que pode manter seus custos dentro do previsto, desde que nenhuma contingência relevante ocorra durante a execução das obras.

A configuração financeira da CCR para este projeto será composta por 90% de alavancagem e 10% de equity. A companhia está projetando uma taxa interna de retorno (TIR) real alavancada em torno de 15%. A comparação com o leilão da Rota Sorocabana, que ocorreu pouco tempo antes, demonstra a consistência na obtensão de retornos em investimentos semelhantes.

Ajuste às Condições de Mercado

O cenário macroeconômico atual apresenta desafios que impactam as expectativas de retorno. Setas admitiu que no leilão da Sorocabana, a CCR já havia ajustado seu custo de capital em função dessas condições. Com a recente deterioração do ambiente econômico, as taxas mínimas de retorno exigidas foram elevadas, evidenciando uma postura mais cautelosa da empresa.

Expectativas de Operação e Otimização de Custos

A CCR tem a expectativa de que o custo operacional (opex) fique levemente abaixo das previsões do governo, devido a uma série de otimizações que podem ser implementadas aproveitando a escala e as sinergias da empresa. A introdução do modelo ‘free flow’ nos pedágios também é uma possibilidade que pode resultar em redução de despesas.

Projetos Futuros e Projeções de Crescimento

Com as recentes vitórias nos leilões do Paraná e da Rota Sorocabana, a CCR está bem posicionada para expandir sua atuação no setor rodoviário. O próximo grande projeto da companhia será a relicitada MSVias, a qual deverá ocorrer no primeiro semestre de 2025, também com investimento estimado em R$ 10 bilhões.

O Leilão da Rota Verde e a Dinâmica do Mercado

Além da concessão do Paraná, o governo também leiloou a Rota Verde, que compreende as rodovias BR-060/452 em Goiás, totalizando aproximadamente 420 quilômetros. O consórcio Rota Verde Goiás, que inclui a Aviva, controlada pela Azevedo & Travassos, foi o vencedor. Os concorrentes, incluindo um fundo do BTG e o consórcio Rota Cerrado, composto pela XP e um grupo de construtoras, foram derrotados.

Essa competição no leilão da Rota Verde exemplifica a complexidade do ambiente de concessões e a necessidade de uma modelagem adequada por parte do BNDES, que, segundo alguns players do mercado, pode ter subestimado tanto o capex quanto o opex dos projetos.

Conclusão

A vitória da CCR no leilão das rodovias do Paraná representa um marco importante para a empresa, que não apenas reforça sua presença no setor, mas também destaca a relevância do investimento em infraestrutura no Brasil. Com projeções de crescimento robustas e uma abordagem focada em otimização de custos e alavancagem estratégica, a CCR está bem posicionada para enfrentar os desafios futuros e contribuir de forma significativa para a melhoria da logística e do transporte no país.

Este cenário é positivo não apenas para os acionistas da CCR, mas também para a economia local e o agronegócio, setores que se beneficiarão diretamente da maior eficiência nas rodovias. À medida que o Brasil continua a expandir suas fronteiras econômicas, a CCR se estabelece como uma protagonista essencial na infraestrutura nacional.

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