Deputados lançam PEC para cortar gastos após atrasos do governo

Deputados lançam PEC para cortar gastos após atrasos do governo

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Proposta de Emenda à Constituição: Uma Alternativa para o Equilíbrio fiscal no Brasil

Recentemente, um grupo de deputados apresentou uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) visando a redução de gastos públicos. Com uma previsão de economizar R$ 1,5 tri em um período de 10 anos, essa iniciativa surge em meio a diversas discussões sobre a saúde financeira do país e as frequentes postponações do governo federal em relação a medidas de controle de despesas.

Contexto da Proposta

De acordo com informações do Poder360, o movimento para a apresentação da PEC tem como inspiração a demora do governo em anunciar um pacote abrangente de revisão das contas públicas. O texto, programado para ser apresentado em 27 de novembro de 2024, contará com a participação de líderes políticos proeminentes, entre eles, Pedro Paulo (PSD-RJ), Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Júlio Lopes (PP-RJ). Antes do protocolo formal, os deputados trabalham para reunir 171 assinaturas, marco necessário para que a proposta seja analisada pelo Congresso.

Medidas Propostas para o Corte de Gastos

A PEC delineia uma série de estratégias pragmáticas que visam a reestruturação fiscal do país. Entre as principais alterações sugeridas, destacam-se:

Desvinculação de Benefícios

A proposta sugere a desvinculação de certos benefícios do salário mínimo. Os pagamentos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e do abono salarial seriam ajustados a cada quatro anos, limitando os aumentos à inflação entre 2026 e 2031. Essa medida busca proporcionar flexibilidade orçamentária e garantir que os benefícios não sejam rigidamente atrelados à evolução do salário mínimo.

Revogação de Pisos e Complementações

Uma das medidas mais controvertidas inclui a revogação dos pisos financeiros para Saúde e Educação, além da complementação da União ao Fundeb. A justificativa está na necessidade de um controle mais rígido das despesas, uma vez que esses pisos muitas vezes comprometem a capacidade fiscal do governo em atender outras demandas sociais.

Restrições ao Abono Salarial

Atualmente, o abono salarial é disponível para trabalhadores que recebem até dois salários mínimos. A PEC propõe limitar esse benefício a quem ganha até um salário mínimo, restringindo o acesso e, consequentemente, a despesa pública relacionada a esta contrapartida.

Controle dos Super-Salários no Serviço Público

Outra cláusula significativa da PEC refere-se ao controle dos chamados super-salários no serviço público. A proposta limita os pagamentos de indenizações e benefícios adicionais a até 30% do valor do salário dos ministros do STF, que atualmente é de R$ 44.008,52. A nova legislação também visa proibir pagamentos retroativos desses benefícios, evitando assim o acúmulo de dívidas passadas com indenizações.

Limitação das Emendas Parlamentares

Emenda é um recurso muito utilizado por parlamentares para direcionar verbas a regiões específicas e projetos de interesse local. Entretanto, este mecanismo será impactado pela proposta, que pretende estabelecer um limite fixo para o crescimento das emendas com base nas despesas discricionárias do Poder Executivo. Esse limite deverá ser definido em lei complementar a ser elaborada posteriormente, com a intenção de evitar excessos e garantir uso eficiente dos recursos públicos.

Atrasos nos Anúncios do Governo

Em entrevista recente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que o anúncio de um pacote de revisão de gastos pelo governo federal está pendente de discussão com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os prefeitos e os presidentes da Câmara e do Senado, Artur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente. No entanto, segundo Lira, ainda não houve nenhuma iniciativa do Planalto para debater as diretrizes desse pacote, evidenciando a inércia governamental frente à urgência fiscal.

Conclusão

A proposta de PEC apresentada pelos deputados não apenas indica uma reação às dificuldades do governo em apresentar um plano coeso de controle fiscal, mas também reflete uma tentativa de mudança no cenário fiscal do Brasil. Com uma estimativa de alívio que pode chegar a R$ 1,5 trilhão em 10 anos, as medidas propostas têm o potencial de provocar discussões acaloradas no Congresso, especialmente considerando os impactos diretos sobre os benefícios sociais e a estrutura de gastos públicos.

À medida que o debate avança nas próximas semanas, a responsabilidade do governo em coordenar efetivamente suas ações com o Legislativo se torna cada vez mais crucial para o sucesso das reformas e a estabilidade financeira do país nos anos vindouros.

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