Electric State é o maior fracasso caro da Netflix

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A ambiciosa épica de ficção científica de US$ 320 milhões da Netflix, "The Electric State", dirigida pelos irmãos Russo e estrelada por Millie Bobby Brown, enfrentou uma jornada conturbada marcada por desafios de produção, críticas severas e uma divisão acentuada na recepção do público, levantando questões sobre a viabilidade de empreendimentos tão caros exclusivos para streaming.
Missão Distópica do Robô

"O Estado Elétrico" se passa em uma versão alternativa de 1997, onde um colapso tecnológico deixou o mundo em um estado de caos distópico1. A história segue Michelle (Millie Bobby Brown), uma adolescente em uma jornada para encontrar seu irmão desaparecido, Christopher, que ela anteriormente acreditava estar morto23. Acompanhada por um pequeno robô amarelo chamado Cosmo (dublado por Alan Tudyk) e unida a Keats (Chris Pratt), um veterano de guerra robótica que se tornou contrabandista, Michelle atravessa uma paisagem desolada dos Estados Unidos.
O mundo do filme é marcado pelas consequências de uma revolta robótica fracassada, com máquinas sencientes agora exiladas em um vasto deserto conhecido como a "zona de exclusão". A humanidade tornou-se viciada em "neurocasters", dispositivos de realidade virtual criados pelo CEO da Sentre Corporation, Ethan Skate (Stanley Tucci), isolando ainda mais as pessoas da realidade23. Enquanto Michelle e seus companheiros descobrem conspirações mais profundas ligadas ao destino de Christopher e à Sentre Corporation, eles precisam navegar por um mundo onde ruínas gigantescas de drones de batalha estão espalhadas pelo campo, refletindo o núcleo vazio de uma civilização à beira do colapso.
Caminho Conturbado para o Lançamento
A produção de "The Electric State" enfrentou desafios significativos além do seu orçamento crescente. As filmagens ocorreram em vários locais, incluindo Atlanta e o Condado de Cobb, na Geórgia, bem como Palmdale, na Califórnia, para dar vida ao mundo retrofuturista do filme1. No entanto, uma tragédia ocorreu em 4 de novembro de 2022, quando um membro da equipe perdeu a vida em um acidente de carro fora do set, interrompendo temporariamente a produção1. Este incidente ecoa preocupações passadas sobre segurança na indústria cinematográfica, lembrando o movimento "Safety for Sarah", que surgiu após uma tragédia semelhante no set de "Midnight Rider" em 2014.
Apesar desses contratempos, a equipe de produção perseverou, concluindo a fotografia principal em 9 de fevereiro de 2023, com refilmagens adicionais ocorrendo no início de 20241. Os ambiciosos efeitos visuais do filme, particularmente a integração de personagens robóticos ao lado de atores humanos, apresentaram desafios técnicos únicos3. No entanto, críticos argumentam que esses visuais impressionantes não conseguiram compensar as deficiências narrativas do filme, destacando a desconexão entre as conquistas técnicas e a eficácia da narrativa.
Resposta Crítica Ácida

"O Estado Elétrico" enfrentou uma divisão marcante entre a recepção crítica e a resposta do público. Enquanto os críticos criticaram fortemente o filme, dando-lhe uma pontuação desanimadora de 16% no Rotten Tomatoes, o público foi mais indulgente, atribuindo uma pontuação de 76%1. Essa diferença de 60% destaca a disparidade significativa de opiniões entre os críticos profissionais e os espectadores em geral.
Os críticos condenaram o filme por seus conceitos confusos de ficção científica, narrativa vazia e tom inconsistente. Alex Harrison, do ScreenRant, criticou a mistura sem sentido de IA avançada com nostalgia dos anos 90, afirmando que isso não serve a nenhum propósito maior1. Outros críticos descreveram o filme como "óbvio, espalhafatoso e simplesmente bobo", com alguns dando notas tão baixas quanto D- e 1/4 estrelas2. Apesar da recepção crítica negativa, os impressionantes efeitos visuais do filme e o carisma das estrelas Millie Bobby Brown e Chris Pratt aparentemente ressoaram mais com o público em geral, contribuindo para sua pontuação mais alta no Rotten Tomatoes.
A Aposta Cara da Netflix
O investimento de US$ 320 milhões da Netflix em "The Electric State" marca uma mudança significativa na estratégia de conteúdo do gigante do streaming, ultrapassando os limites dos orçamentos diretos para streaming a níveis sem precedentes. Este gasto massivo supera os custos combinados dos últimos 13 vencedores do Oscar de Melhor Filme, destacando o contraste marcante entre o cinema tradicional aclamado pela crítica e a aposta de alto risco da Netflix em conteúdo de streaming no estilo blockbuster. A recepção crítica negativa do filme, com uma pontuação de 18% no Rotten Tomatoes, levantou preocupações sobre a sustentabilidade de investimentos tão enormes em produções exclusivas para streaming.
Este erro custoso ocorre em um momento crucial para a Netflix, enquanto a empresa passa por uma reorganização de sua divisão de filmes sob uma nova liderança45. A disposição do serviço de streaming em financiar projetos dessa magnitude demonstra seu compromisso em competir com blockbusters tradicionais de cinema, mas também expõe os riscos inerentes a essa estratégia. Analistas da indústria estão observando de perto para ver se "The Electric State" pode gerar engajamento suficiente dos espectadores e novas assinaturas para justificar seu orçamento gigantesco, já que a Netflix enfrenta uma pressão crescente para equilibrar a qualidade do conteúdo com a prudência financeira em um cenário de streaming cada vez mais competitivo.
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