OMS emite alerta global após avanço da “gripe K”: o que sabemos sobre a nova variante da influenza

OMS emite alerta global após avanço da “gripe K”: o que sabemos sobre a nova variante da influenza
Photo by Pille R. Priske

Publicidade

OMS alerta para aumento da circulação da variante K da gripe A (H3N2) no mundo e reforça vacinação e vigilância epidemiológica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emituiu um alerta global de saúde diante de um aumento incomum nos casos de uma nova variante da gripe — chamada popularmente de “gripe K” — que tem circulado de forma intensa em várias regiões do mundo, especialmente na Europa e na Ásia. Especialistas em saúde pública acompanham de perto a evolução do vírus e recomendam medidas preventivas, embora ainda não haja indícios de que se trate de uma nova pandemia.

O alerta vem em meio a uma temporada de infecções respiratórias que começou antes do esperado e com um padrão diferente do tradicional observado em anos anteriores, indicando que o vírus da influenza pode estar se adaptando e circulando de formas novas.

O que é a “gripe K” e por que preocupa a OMS

A chamada gripe K é uma variante da influenza A, mais precisamente um subclado identificado como A(H3N2) “subclado K” ou J.2.4.1, que começou a ganhar destaque por aparecer em grande proporção nos exames de infecção respiratória em diversos países. Essa variante tem apresentado uma circulação mais intensa e precoce, sobretudo na Europa, onde já representa uma proporção significativa das infecções registradas nesta temporada gripal.

Embora os sintomas clínicos da gripe K — febre, dor no corpo, tosse, coriza e mal-estar geral, sejam semelhantes aos de outras gripes sazonais, o fato de ela estar circulando mais cedo e com maior frequência do que o padrão típico preocupa as autoridades de saúde.

A circulação antecipada e o impacto epidemiológico

Normalmente, a temporada de gripe no Hemisfério Norte começa a se intensificar com a chegada do inverno, entre o final de dezembro e janeiro. No entanto, a gripe K tem antecipado esse padrão, fazendo com que os casos subam mais rápido e mais cedo do que o esperado no continente europeu.

Na Ásia também foram registradas altas proporções de casos relacionados à variante, com cerca de 43% das infecções por gripe atribuídas à gripe K em algumas áreas do Sudeste Asiático.

Nas Américas, embora a circulação ainda seja relativamente menor na maior parte dos países do sul, países como Brasil e Chile observaram um aumento de infecções associadas ao influenza A(H3N2) ligado ao subclado K, o que é monitorado com atenção pelas autoridades de saúde.

Treinar em jejum pode trazer mais riscos do que benefícios
Estudo alerta que treinar em jejum pode aumentar riscos à saúde e não garante melhores resultados físicos, como muitos acreditam.

Apesar do crescimento dos casos, a OMS e outras instituições de vigilância epidemiológica afirmam que até o momento não há evidências de que a gripe K cause uma doença mais grave do que a gripe sazonal comum. Ou seja, a maioria dos infectados deve se recuperar em cerca de uma semana, sem necessidade de intervenção hospitalar em pacientes saudáveis.

No entanto, grupos considerados mais vulneráveis como crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, continuam em risco maior de complicações respiratórias e devem ser acompanhados de forma mais cuidadosa.

Vacinação e medidas preventivas continuam fundamentais

Uma das mensagens centrais do alerta da OMS é que as vacinas contra influenza continuam sendo uma das ferramentas mais eficazes contra casos graves e hospitalizações, mesmo quando há variações genéticas como as observadas no subclado K. Isso ocorre porque a imunização sazonal tende a proteger contra diversos tipos de vírus circulantes, reduzindo significativamente a chance de complicações graves e mortes.

Além da vacinação, as autoridades de saúde reforçam a necessidade de medidas clássicas e eficazes de controle da transmissão, tais como:

  • Lavar as mãos com frequência
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar
  • Evitar aglomerações em períodos de maior circulação respiratória
  • Ficar em casa ao apresentar sintomas gripais
  • Uso de máscara em ambientes de risco ou entre pessoas vulneráveis

Essas práticas, além de proteger contra a gripe comum, também ajudam a reduzir a disseminação de outras infecções respiratórias.

O alerta da OMS não é um aviso de pandemia — ainda

É importante destacar que o alerta global emitido pela OMS não significa que uma nova pandemia esteja em curso ou imediatamente iminente. A agência monitora continuamente a atividade de vírus influenza e outros patógenos respiratórios em todo o mundo por meio de sistemas de vigilância epidemiológica e genômica, avaliando características como transmissão, gravidade e impacto nos sistemas de saúde.

O uso do termo “alerta” reflete a necessidade de atenção redobrada das autoridades de saúde, preparação dos sistemas de atendimento e intensificação da vigilância, mas não indica um cenário de emergência global comparável ao que foi vivenciado com a COVID-19.

Milagre eucarístico: hóstia vira carne humana
Caso envolvendo hóstia que teria se transformado em carne humana reacende fé, devoção e debates da ciência com a religião.

O aumento global de casos da gripe variante K e o alerta da OMS indicam que a circulação de vírus respiratórios continua sendo uma preocupação de saúde pública, mas não configuram uma nova pandemia por si só. O mundo já possui estruturas de vigilância e resposta mais robustas do que em 2020 e saber interpretar esses sinais com cautela é essencial.

A combinação de vacinação, preparo dos sistemas de saúde e medidas preventivas básicas pode reduzir o impacto da temporada gripal e proteger aqueles que mais correm risco de complicações. A população deve manter o foco em informações oficiais e evitar pânico desnecessário, entendendo que o alerta serve para fortalecer a resposta global, e não para induzir medo.

Publicidade

Publicidade

Leia mais