Testemunha revela pagamento por veículo ligado ao caso Crespo

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Audiência sobre o assassinato do advogado Rodrigo Crespo: Relatos e Revelações

O caso do assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, ocorrido em fevereiro de 2024, segue em evidência no Rio de Janeiro, com audiências que têm revelado detalhes alarmantes sobre os eventos que cercaram o crime. No segundo dia da audiência de instrução e julgamento, diversas testemunhas foram ouvidas, trazendo à tona um panorama angustiante e revelador acerca do que ocorreu antes e durante a execução do advogado.

O Contexto do Crime

Rodrigo Marinho Crespo, advogado de 42 anos, foi assassinado a tiros em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Centro do Rio, um local que deveria simbolizar a defesa da justiça e do direito. O crime foi perpetrado em plena luz do dia, um acontecimento que não apenas chocou a comunidade jurídica, mas também chamou a atenção da sociedade em geral para a crescente violência contra profissionais do direito no Brasil.

A Retratação do Crime

De acordo com o que foi apurado, Rodrigo estava sendo monitorado antes de sua morte. Na manhã fatídica, ele foi alvo de um ataque brutal, onde recebeu doze disparos, sendo dois enquanto ainda estava em pé e os outros dez após cair ao solo. O crime foi realizado por indivíduos que chegaram em um carro branco, e a frieza e a audácia dos criminosos foram um dos fatores que indignaram a opinião pública.

As investigações apontam que o policial militar Leandro Machado da Silva, juntamente com os réus Cezar Daniel Mondego de Souza e Eduardo Sobreira de Morais, está diretamente envolvido no crime. Machado, que já tinha passagens pela polícia por homicídio e envolvimento com milícias, foi apontado como executor, enquanto os outros dois monitoravam a rotina da vítima.

O Segundo Dia da Audiência: Depoimentos Cruciais

No dia 10 de setembro de 2024, durante o segundo dia da audiência, várias testemunhas foram ouvidas e trouxeram informações valiosas para o entendimento do caso. Um dos depoimentos mais impactantes foi o de João Bosco de Oliveira, aposentado que relatou ter recebido R$ 500 para retirar o carro usado no crime de uma locadora. Ele afirmou que não conhecia os réus e que toda a transação aconteceu de forma rápida, apenas assinando um documento e entregando sua Carteira Nacional de Habilitação.

Testemunhas Chaves

Além de João, outros depoentes foram essenciais para a construção do cenário do caso:

Marcelo Flavio de Paula Silva: Sócio-gerente da locadora, ele confirmou que o carro utilizado no crime foi alugado por João, mas a comunicação referente a essa locação era feita por Leandro Machado. Marcelo afirmou que foi informado de que os veículos seriam usados para uma empresa de segurança, o que levanta questionamentos sobre a verdadeira intenção por trás da locação.

Flávio Alves de Lima: Outro sócio da locadora, Flávio reiterou que não conhecia os réus. Ele afirmou que as informações sobre os veículos eram passadas pelos motoristas, indicando uma falta de controle que pode ter facilitado o uso ilícito dos carros.

Yago Silvestre da Silva Pereira: Um vendedor de celulares que declarou ter apagado dados de um aparelho a pedido de Cezar Mondego, assinando assim mais uma conexão com os envolvidos no crime.

  • Ana Patrícia da Rocha Estolano: Ex-esposa de Eduardo Sobreira, compartilhou que sua comunicação com o ex-marido estava sendo analisada pela polícia, o que pode dar um novo direcionamento nas investigações.

Depoimento de Defesa

A única testemunha de defesa ouvida na sessão foi Antonio José da Silva Malhano, que alegou conhecer o policial Leandro Machado e que, no dia do crime, ele teria estado em uma reunião maçônica, uma tentativa de colocar o réu em um local diferente do crime durante o horário da execução.

Primeiros Dias da Audiência: Revelações Impactantes

No primeiro dia da audiência, que ocorreu em 9 de setembro de 2024, as explanações deram um vislumbre do que havia transpiração nos dias que precederam o homicídio de Rodrigo Crespo. O delegado Rômulo Assis Caldas, responsável pela investigação, detalhou que Rodrigo estava sendo monitorado, criando um contexto de premeditação que torna o crime ainda mais grave.

Um dos depoimentos mais emocionantes foi o de Pedro Henrique Tow Crespo Baptista, sobrinho da vítima, que estava presente no momento do ataque. Ele descreveu a cena caótica e de terror que viveu, ressaltando a brutalidade do crime e o impacto emocional sobre ele e seus familiares.

A Atuação de Rodrigo Crespo

Rodrigo Crespo era um advogado respeitado, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros e especializado em Direito Processual Civil e Empresarial. Ele queria ser um pioneiro na regulamentação de jogos online, o que, segundo amigos e colegas, poderia ter gerado inimigos poderosos dentro de um mercado que envolve interesses financeiros vultosos e práticas ilícitas.

As investigações revelaram que Rodrigo havia adquirido domínios relacionados a jogos e que seu nome começava a circular entre pessoas importantes do setor — uma movimentação que pode ter desencadeado sua execução.

Conclusão

A audiência que prossegue com o depoimento de diversas testemunhas e o interrogatório dos réus está longe de terminar. O caso de Rodrigo Crespo não é apenas um crime; é um retrato da impunidade e da corrupção que ainda rondam muitos setores da sociedade brasileira. A expectativa é que a verdade prevaleça nesta jornada judicial e que a memória de Rodrigo, um defensor do direito, seja honrada.

Com a continuação das audiências, a sociedade aguarda não só respostas, mas também as consequências que as investigações trarão sobre o crime organizado e a violência contra os profissionais do direito no Brasil. Neste contexto, a luta por justiça é mais do que necessária; é essencial para a construção de um estado de direito mais seguro e igualitário.

Atualizações Futuras

A audiência está programada para continuar, com mais seis testemunhas de defesa sendo ouvidas. Um total de 23 testemunhas – entre acusação e defesa – foram convocadas, e a pressão da sociedade por justiça e transparência continua a aumentar à medida que mais detalhes sobre o caso são revelados. As implicações legais e éticas do crime e das circunstâncias envolvidas prometem ser um tema de crescente importância na esfera pública e no âmbito jurídico.

Esta é uma história que ainda não terminou e que continuará a desenvolver-se nos dias, semanas e meses que virão, gerando um debate fundamental sobre a proteção de profissionais do direito e a luta contra a impunidade no Brasil.

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