O peso de decolar do Rio Grande do Norte

Quem vive no Rio Grande do Norte já percebeu: embarcar em voos diretos saindo de Natal custa muito mais caro do que sair de estados vizinhos como Paraíba, Pernambuco e Ceará.

A diferença nos preços das passagens tem gerado forte impacto no turismo local e levado muitos potiguares a buscarem aeroportos de outros estados para economizar.

Exemplos que chamam atenção

• Natal – São Paulo – Natal (Latam, 01/10/25): R$ 3.158,57
• Recife – São Paulo – Recife (mesma data): R$ 1.008,21

A diferença ultrapassa 200% em um trecho praticamente igual.

Outro caso:

• Natal – Lisboa – Natal (Latam, 19/01/26): R$ 7.572,59
• Fortaleza – Lisboa – Fortaleza (mesma data): R$ 4.199,28

E não para por aí:

• Natal – Porto Alegre – Natal (Azul, 01/10/25): R$ 3.666,18
• Recife – Porto Alegre – Recife (mesma data): R$ 1.480,02

Os números mostram que a disparidade não é pontual, mas uma realidade constante.

Possíveis causas para as passagens mais caras

Especialistas e agentes do setor apontam alguns fatores que explicam a diferença:

• Distância do aeroporto Aluízio Alves, que fica mais longe da capital, encarecendo a operação.
• Baixa competitividade, já que Natal ainda não se consolidou como hub aéreo.
• Carga tributária sobre combustíveis e taxas locais que podem tornar o custo mais elevado.
• Oferta limitada de voos, o que pressiona os preços para cima.

Essa soma de elementos resulta em tarifas acima da média e acaba prejudicando tanto os moradores quanto o turismo.

Impactos no turismo e na economia

O Rio Grande do Norte tem vocação turística e depende fortemente de visitantes de outros estados e países. No entanto, os preços elevados das passagens dificultam a atração de turistas, que muitas vezes optam por destinos vizinhos, como Recife e Fortaleza.

Essa situação gera um efeito em cadeia: menos turistas significam menos consumo em hotéis, restaurantes e comércio local. O problema, portanto, não afeta apenas quem viaja, mas toda a economia potiguar.

O que pode mudar?

Para especialistas, é urgente:

• Incentivar mais companhias aéreas a operarem no RN.
• Rever a política tributária sobre combustíveis de aviação.
• Trabalhar em campanhas que fortaleçam Natal como destino turístico competitivo.

Sem ajustes, o estado corre o risco de continuar “taxiando na pista” enquanto vizinhos decolam com preços mais atrativos.

✈️ Conclusão: Viajar a partir do Rio Grande do Norte é, comprovadamente, muito mais caro que sair de estados vizinhos. Corrigir essa rota não é apenas uma questão de turismo, mas de competitividade e desenvolvimento econômico para todo o estado.